SINTOMAS

Sintomas da endometriose

Dos sintomas mais comuns da endometriose, podemos citar:

Cólica menstrual

Do ponto de vista da dor, a mais conhecida das mulheres é a cólica menstrual. Geralmente, as portadoras da endometriose possuem cólicas incapacitantes que impedem a realização de atividades cotidianas como ir à escola, trabalhar ou comparecer à eventos sociais. Essas mulheres preferem, por exemplo, permanecer em casa num final de semana ensolarado, do que ir à praia, devido às constantes dores.

A cólica menstrual pode ser o primeiro sintoma da endometriose. Quando a mulher sofre de dores nesse período, dificilmente é realizada uma consulta ao ginecologista, já que a tendência é o alívio dos sintomas através da automedicação. Esse pensamento deve ser alterado: quadros de cólica em que a mulher apresenta palidez, sensação de pressão baixa, esforço para permanecer no trabalho, dentre outros, não podem ser considerados normais, ainda que não haja presença da endometriose porém, frequentemente, a própria mulher, seus familiares ou mesmo os próprios ginecologistas gerais tendem a considerar a cólica menstrual como um evento “normal” na vida de todas as mulheres. Este modo de pensar geralmente leva ao atraso do diagnóstico dessa doença.

Em consultório, para medir a dor da paciente, é utilizada uma escala visual chamada Analogical Visual Scale (Escala Visual analógica de dor). A escala é apresentada numa régua, onde são dispostos números de 1 a 10, cada um representado por um rosto que expressa um nível de dor. A paciente aponta na régua o rosto correspondente ao seu nível de cólica em período menstrual. Quando apontados números maiores que 7, são identificadas dores em larga escala, incapacitantes e que não podem ser consideradas naturais. No entanto, apresentar cólica nos níveis 3 e 4, por exemplo, não isenta a paciente de possuir endometriose, já que 10% das portadoras da doença são pouco ou nada sintomáticas, porém esse nível de dor geralmente está associado ao tipo de cólica habitual de mulheres sem a doença.

 

Um problema social

Infelizmente, existe uma questão cultural muito forte que considera a cólica feminina como algo corriqueiro. Essa teoria é sustentada tanto pela visão leiga, quanto pela visão dos médicos em geral. Muitas pacientes chegam ao consultório, após passar com diferentes ginecologistas, os quais não consideram suas dores menstruais como um problema de saúde. Essa conduta contribui para o diagnóstico tardio, com consequente agravamento da doença, piorando a qualidade de vida da paciente.

Portanto, fica o alerta: cólicas menstruais, especialmente as mais intensas, não devem ser consideradas normais ou tratadas por conta própria. Procure um ginecologista e, caso o sintoma seja persistente, se faz necessário investigar a hipótese de endometriose através da visão de um especialista no assunto.

Dor pélvica acíclica

Dor pélvica acíclica é aquela que acontece fora do período menstrual como por exemplo a dor no período ovulatório ou meio do ciclo menstrual. Nesse período, algumas mulheres sentem dor, enquanto outras têm sintomas durante todo o mês, ainda que com menor intensidade.

É como se durante todo o mês, permanecesse um sintoma de latejamento da região pélvica, que piora consideravelmente quando a menstruação se aproxima.

Dor na relação sexual

Cerca de 55% dos focos de endometriose ocorrem na região retrocervical (atrás do colo do útero) promovendo retrações do ligamento uterossacro e diminuindo a mobilidade uterina.

Durante o ato sexual haverá uma movimentação dessa região que se encontra inflamada, causando dor. Isso prejudica enormemente a qualidade de vida do casal, por limitar as mulheres com essa queixa a alcançar o prazer sexual (orgasmo) devido às dores concomitantes.

Esse problema pode gerar outro, denominado vaginismo secundário. Trata-se de uma doença ginecológica geralmente associada a traumas de infância, como abuso sexual, coerção religiosa ou pais muito severos com relação à questão da virgindade.

As mulheres que enfrentaram essas situações podem desenvolver uma contração muscular tão grande na vagina, a ponto de gerar dor que as incapacita de realizar o ato sexual. Essa situação, bastante difícil de identificar em consultório, pode ter como causa a endometriose, por induzir a uma espécie de “fobia” de relações sexuais, devido às fortes dores sentidas durante o ato em si.

Alteração urinária cíclica

Os sintomas aparecem durante o ciclo menstrual, quando as portadoras apresentam fortes dores ao urinar ou mesmo quando estão com a bexiga cheia, além de em alguns casos, apresentarem sangramento por via urinária.

O sangramento por via urinária no período menstrual pode ser indício de endometriose de bexiga. O processo se desenvolve com a endometriose crescendo no peritônio que reveste a cavidade abdominal, infiltrando a parede da bexiga e chegando ao seu interior.

Quando os focos alcançam o interior da bexiga e a mulher fica menstruada, o sangramento ocorre também nesse local. Isso se dá através do estímulo hormonal, pela produção natural de estrogênio (hormônio feminino), e que faz crescer o endométrio dentro do útero como um fenômeno obrigatório para o ciclo reprodutivo. Por causa da atuação sincrônica, o estímulo acontece também com o foco de endometriose presente na bexiga e dessa forma, ambas áreas descamam e sangram no momento da menstruação.